sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Vivências não esquecidas










António Rodrigues Sampaio foi um político português que, entre outras funções, foi deputado, par do Reino, ministro e presidente do ministério (primeiro-ministro). Rodrigues Sampaio foi um dos maiores vultos do liberalismo português de oitocentos, jornalista ímpar e parlamentar de excepção. Personalidade controversa, polémica, mesmo revolucionária, mas sempre coerente e fiel aos seus princípios e desígnios, foi um agitador de renome nacional, o que lhe valeria a alcunha de o Sampaio da Revolução, já que se notabilizou como redactor principal do periódico A Revolução de Setembro. Era um jornalista de causas, não de notícias, como aliás era o jornalismo do século XIX. Apesar da violência verbal e da forma assertiva que sempre utilizou nos seus ataques políticos, Rodrigues Sampaio nunca promoveu o ataque ad hominem. Mesmo quando os seus correligionários lhe pediram que pusesse em causa a dignidade e honradez de D. Maria II e da Corte, negou-se terminantemente, escrevendo que um antro de corrupção política não faria da Corte um lugar de devassidão moral. Foi esta postura de grande escrúpulo, associado a um incansável labor na defesa dos valores pelos quais pugnava, que lhe concede um lugar cimeiro no jornalismo político português. Era membro importante da Maçonaria.



Biografia


António Rodrigues Sampaio nasceu na freguesia de São Bartolomeu do Mar, no concelho de Esposende, a 25 de Julho de 1806, filho de António Rodrigues Sampaio e de Maria de Amorim Martins, lavradores pobres daquela localidade.

Casou a 27 de Setembro de 1836 com Maria Barbosa Soares de Brito, viúva do capitão João de Sousa Amorim, que estivera durante o Cerco do Porto na batalha da Serra do Pilar e viera morrer a Lisboa, em resultado de ferimento grave recebido na sortida das linhas que ocorreu a 10 de Outubro de 1833, em que fora combatente voluntário. Não foi a paixão nem o interesse de granjear fortuna que levou Sampaio a este enlace, mas simplesmente a gratidão pelos serviços que ambos lhe haviam prestado, quando estivera preso no aljube prestes a sucumbir a uma persistente enfermidade. Esta senhora faleceu em 1841, na cidade de Lisboa.

Tendo ficado viúvo com apenas 38 anos de idade, coabitou depois com uma feira egressa do convento do Corpus Christi, por quem na juventude se tinha apaixonado. Os odores a escândalo provocados por estes amores sempre o deixaram soberanamente indiferente.

Rodrigues Sampaio era de uma enorme generosidade e sempre se conduziu com total desapego aos bens materiais. Mantendo uma extraordinária austeridade, continuou a jantar sopa de couves, servida por criados boçais, sem embargo de ingerir quantidades pantagruélicas de comida quando se lhe dava a oportunidade.

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